Ouvir o povo falar sobre política é bem provocador e instigante. Me dói o coração entrevistar um trabalhador que reconhece as melhorias diretas das políticas do governo Lula em sua vida, mas que vai votar em Serra pois é preciso ‘mudar’... Neste caso específico, não me contive e perguntei que se formos seguir a mesma lógica de ‘mudança’, no estado de São Paulo ele teria que votar em qualquer outro partido que não o tucano. Mas não foi bem assim que ele pensou...
Mas o que me dói o fígado mesmo é assistir o Maluf no horário eleitoral. Eu sou de Brasília e perdi o prazo de transferir meu título de eleitor - um pouco por desleixo e outro tanto por raiva mesmo -, e mesmo tendo pouco tempo em São Paulo, as merdas do Maluf são interplanetárias. Todo mundo as conhece. Nestas aventuras de entrevistar as pessoas na paulista, uma menina de 17 anos afirmou que vota no Serra e na sua turma, incluindo o Maluf, porque já sabe quem ele é: rouba, mas faz. Ela disse isso, não eu.
Em Brasília a candidatura do nosso Maluf, o Roriz, foi impugnada pelo TRE, com base no Ficha Limpa, e a última notícia que vi foi que ele recorreu. Tudo pode mudar. Isso também aconteceu aqui em São Paulo, quando este político (não ouso chamá-lo de bandido nem mafioso, reconhecendo os bons ladrões da vida) foi proibido de se candidatar, mas que por dúvidas com relação à nova lei, ele pode seguir com a campanha e quem sofre é a gente: ter que encarar aquele idiota falando que cuida da segurança de São Paulo colocando a Rota nas ruas para prender os bandidos. Segundo Eliana Passarelli, do TRE, os candidatos podem seguir com suas campanhas na TV e rádio, e ainda podem estar na urnas eletrônicas para voto, mas caso os recursos não caibam e a Justiça Eleitoral decida manter a impugnação, todos os votos destes tais candidatos serão invalidados.
Bem, a Rota foi criada por este meliante e ainda é motivo de orgulho. Se Deus cria, a Rota mata, quem cagou este ‘filho de ninguém’ que é o Maluf? No início deste mês, um dia após o ataque ao comandante da Rota, o número de pessoas mortas pela polícia foi seis vezes maior que o comum. Em 36 horas, foram oito mortes. E é bom ainda saber que é prática comum desta polícia alegar morte por suspeição, quando a maioria destas pessoas é executada com tiros na cabeça, costas, e com proximidade. Execução! Não tem outro nome. Aconteceu em maio, no Jaçanã, e até o último mês foram 53 mortes em 16 chacinas. E todo dia isso acontece. Não somente nos bairros da periferia, mas onde a elite diz que nenhum pobre pode passar.
E, infelizmente, independente da decisão do TRE SP, me parece que teremos que aguentar o Maluf em SP, Roriz no DF e outros no horário eleitoral até o fim. Mas ainda pior, é saber que ele ainda existe na vida política do nosso país, e ainda pior, mas esta é de amargar, é em alguns momentos ter que cogitar concordar com o Tiririca e rimar. Aff! Lascô!
@ninafidelis
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