21 de dezembro de 2010

O Bom Velhinho dessa vez não veio de roupa preta

por Crônica Mendes


Acredito que o Natal seja um grande momento de reflexões em família, assim como o reveillon.


Momento em que sentamos á mesa num coletivo familiar, revendo parentes, amigos distantes, pessoas novas que se aproximam da famí¬lia... Pessoas.


Não vejo o Natal como uma festa em que banhados em bebidas, dizemos Feliz Natal aos amigos e familiares, aos cachorros, aos pássaros (esses nem felizes estão, pois estão trancados numa gaiola não só na noite de Natal, mas por uma vida inteira).


O que de fato é o Natal?


"Que dia é esse que sentimento bom estou no peito,


Amenizou a dor, me deixou desse jeito.


Lembrei..."


Será que o Natal é noite só de lembrar o que se fez, ou o que não fez?


Quem estava ao seu lado na hora em que os relógios badalaram a meia noite do dia antigo 24 de dezembro de um ano comum ou um ano qualquer. Quem estava com você, quem você deu a primeiro abraço natalino? Quems?


Há quem tenha medo do Natal e do ano novo, pois enquanto muitos comemoram mais um ano de vida, os que têm esse medo, se angustiam com um ano a menos de vida. No ano novo se fica mais velho.


Qual o seu presente tão sonhado, uma nova idade, uma nova bicicleta, um desejo extra.


Qual é?


E quem é o papai Noel?


Você já escreveu para ele né?! Hummm, te enganaram também.


Enganaram ou mantiveram vivo em você o espírito natalino? Pra que serve este espí¬rito? Eu nem sabia que podia ter dois. Será que só no Natal podemos abraçar quem amamos, dizer palavras bonitas a nossos familiares, será que só podemos fazer isso no Natal? E os demais dias, tratemos mal uns aos outros?


Será que chegaremos ao Natal se assim fizermos?


Tô sentindo que o Natal levanta várias interrogações. São tantas perguntas que penso em responder, que até esqueci de pensar no presente ideal. Mas o presente, o presente que quero é um futuro. E que seja coletivo.


O Bom Velhinho, estou caminhando pra isso.


O Bom Velhinho dessa vez não veio de roupa preta, veio de forma simples em meio ao mundo louco e rápido.


Veio mas ninguém viu.

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